Um grupo unido de sete homens lança-se numa vingança contra duas províncias de França, Issoire e Ambert, que surgiram a um deles como dois olhos persecutores.
Começam por rimas gozosas e logo seguiram para planos elaborados de vexame e confusão.
Estava bêbado aquele que entre eles se se amedrontou com um mapa num sótão escuro. Estavam todos, aliás.
Estavam bem assim, juntos, entretendo-se entre eles em doses iguais de se maltratarem e apoiarem mutuamente.
Em grupo, nenhum homem é como singularmente se comporta. É como o grupo necessita, dando-lhe tudo o que pode e recebendo tudo o que deve.
Falo do sexo masculino pois é dele que conheço melhor o comportamento. Igualmente porque (sinto que) é nele que permanece o gosto pela rebeldia juvenil, pela inconsciência e pela existência de grupo.
É nele que permanecem os códigos de grupo e o companheirismo sólido sem julgamento.
Estes sete compinchas comunicam entre si com versos Alexandrinos e desconfiam apenas para se congratularem com a falsa surpresa de ver os outros cumprirem com o esperado.
Seguem os planos ousados, absurdos e divertidíssimos que criam sem parar para reflectir em consequências.
O grupo move-se, apoia um dos seus porque o grupo é cada um deles, consciência colectiva e corpo agregado.
Tudo isto tem um humor nonsense, um absurdo sem limites que os homens que guardam companheiros de longa data saberão apreciar como versões exageradas dos seus velhos truques.
Malandros assim já não existem mais, mas ainda existimos muitos bem parecidos.
Crítica escrita ao som da memória de Homenagem ao malandro de Chico Buarque.
Os Pândegos (Jules Romains)
Livros do Brasil
Sem indicação da edição - Sem indicação da data
288 páginas
Livros do Brasil
Sem indicação da edição - Sem indicação da data
288 páginas
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