segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Editorial sueco

Capitalizando a moda dos policiais suecos, Três Segundos é o exemplo que me leva a especular que uma parte da escrita policial nunca conseguirá sair do país e, nela incluída, uma parte da que é melhor escrita.
Isso fica a dever-se a um papel de elucidação que os policiais nórdicos parecem ter e cujo funcionamento para o público que mora longe da região onde se reune a frieza dos países nórdicos pode não ser eficaz. Mas este é um tema que se tornará mais evidente ao longo desta crítica.
Três Segundos é um thriller e não tanto um policial (distinção que é importante para mim), problema que a correspondência entre "ficção criminal" (tradução literal) e "romance policial" não resolve.
Na estrutura de Três Segundos não há pistas ou expectativa de revelação de um culpado, há uma construção de um conjunto de eventos cujas intenções e cujos causadores estão bem patentes.
O que vem depois é um desfecho que não tem nada de inesperado, mas que vem contribuir para o ponto argumentativo que o livro está prestes a fazer.
Um desfecho que tem dois momentos essenciais, um primeiro que envolve reféns e uma explosão e um segundo que envolve política. O primeiro é o momento de acção, o segundo o momento de explicações.
O segundo momento depende da revisão dos elementos que levaram até ao primeiro, numa repetição que torna a leitura irritante na falta de expectativa no que esteja por desvendar. A única coisa que sobra por saber é a resposta a duas perguntas "Quem sobrevive?" e "Quem será preso?".
É o problema de utilizar uma estrutura cinematográfica americana para a história, com o momento de acção como culminar antecipado de uma história que deveria fazer durar o seu tema criminal.
Um problema sobretudo quando para além da vertigem da acção o livro faz-se da procura de fidelidade à realidade da Suécia.
Isso reflecte-se estruturalmente na sequência de capítulos que vão do facilitismo do page turner à delonga da reprodução do quotidiano de ambos os lados da acção criminosa. Ora muito breves e escritos com grande economia para servir as acções, ora longos e palavrosos para servir o realismo descritivo, os capítulos acabam em desequilíbrio acentuando a mudança radical de ritmo com que o leitor atravessa o livro.
Isto não impede que existam partes muito bem escritas e igualmente eficazes. Duas que se destacam são a vida no interior da prisão e a envolvência final com a personagem do detective Ewert Grens.
A relação com um ambiente fascinante nas suas duras regras e a relação com uma personagem que nos motive a acompanhar a trama de uma ponta à outra. Se o ambiente seria o que nos faria manter o foco no livro, o personagem - mesmo se a tornam um depósito de vários estereótipos e a sua existência tem vários pontos demasiado vagos por culpa desta ser o primeiro contacto que temos com ele mas não ser a sua primeira aparição - seria a presença recorrente que nos tornaria leitores sistémicos dos autores.
Nenhuma delas dura páginas suficientes, mecanizadas no objectivo principal do livro, mas são bons enquanto duram trazendo a lume o que de melhor pode ser explorado num policial sueco.
Um objectivo central que é o de denúncia de processos desumanizados que os poderes políticos e policiais exercem na Suécia para travarem a invasão das máfias estrangeiras. Denúncia do pouco valor dado à vida humana, sobretudo dentro das prisões, e da total falta de consequências para comportamentos indignos do governo local.
A consciencialização de um povo para quem (parece-nos) a existência é tão serena que se esquece de que já existe crime dentro das suas fronteiras é um objectivo reforçado pelas páginas finais onde os autores separam factos de ficção. Aí indicam que apenas pessoas e locais foram inventados e que, pelo contrário, as descrições do tráfico de droga ou da utilidade desta para as autoridades na gestão dos presos são retirados directamente da realidade.
Se essa realidade é universalmente interessante em certos pontos, também é universalmente desinteressante nos momentos em que repassa culpas para que os suecos deixem de encarar os seus burocratas com ingenuidade.
A exploração insuficiente dos elementos geralmente admiráveis - acima referidos - acentua o facto de haver elementos que não funcionam fora do seu país de origem.
A escolha dos livros a publicar não pode somente adaptar-se à moda vigente mas tem de ser capaz de se sustentar para lá da sua integração nesse momento que terminará.

Não podia terminar sem fazer um reparo à tradução. Feita a duas mãos - suponho que um casal - é assinalável a coerência interna da mesma.
No entanto há uma diferença no resultado final que parece distinguir o trabalho de cada um e cuja culpa final até pode recair sobre a revisora. Trata-se de um número não muito elevado mas notável de gralhas que são na sua maioria artigos de género contrário ao do substantivo que se segue ou pedaços de frases pertencentes a duas formas de tradução que ficaram no resultado final quando uma deveria ter substituído a outra.
Estas gralhas desaparecem sensivelmente a meio do livro e isso parece indicar o ponto em que o livro "mudou de mãos".
Num momento em que os livros em língua inglesa são igualmente acessíveis e bastante mais baratos é necessário que a qualidade dos detalhes - capa, papel, impressão, tradução... - torne os livros em português mais apetecíveis que a alternativa.
Detalhes que sejam credíveis, também, pois com uma tradução feita a partir do inglês pelo menos que se indique o título original correcto. Ninguém acredita que um policial sueco tenha um título inglês...


Três Segundos (Roslund e Hellström)
Planeta Manuscrito
1ª edição - Junho de 2011
496 páginas

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A ironia de ser um leitor

Nunca lera Palahniuk até agora. A culpa é do cinema, mais propriamente de David Fincher. Como arriscar ler um autor se o livro dele que se quer realmente ler é o mesmo livro que mais assusta pelo desapontamento que pode causar no momento de comparação?
Claro que quando o filme não é tão bom quanto isso ler o livro é um exercício mais seguro e de potencial constatação de que o autor tinha mais para dizer do que souberam colocar em imagens.
Confirma-se que assim é neste caso, mas não vou seguir o texto fazendo comparações.
Mesmo se não é por este livro que um leitor verá que Palahniuk é um escritor de excepção, dá já para encontrar uma quantidade de ideias que se balançam entre o genial e o absurdo. Uma linha onde se joga o desespero e a ambição.
Palahniuk tem a capacidade de circunscrever as obsessões do mundo a uma mão cheia de perturbados que são os aclamados anti-heróis das gerações recentes que nasceram quando o mundo já não tinha ilusões para oferecer.
Trata-os com uma ironia sacana, acertando piada atrás de piada com as vidas que eles levam, tornando-os tão perturbadores quanto patéticos.
A estratégia é de longo prazo, para no final do filme lhes retribuir com um final feliz, mesmo se ele vem ainda com um traço de destruição.
Estratégia de longo prazo que não salva nenhuma personagem mas que revela a verdadeira ironia que está inscrita na forma como ele lida com os leitores.
Os perturbados são os leitores que se afeiçoaram a um sujeito viciado em sexo, se enredaram na crença de que ele poderia ser filho de uma nova imaculada concepção e se enterneceram com a falsidade da estratégia com que ele conseguia dinheiro para pagar a mensalidade do lar da sua mãe.
Os mesmos leitores que no seu quotidiano teriam desprezado uma pessoa que demonstrasse abertamente apenas uma destas características são os mesmos que idolatram uma personagem miserável ao longo de mais de duzentas páginas.
Os leitores andam todos um pouco desesperados por qualquer figura pouco abonatória (e nada sentimental) que lhes alivie a misantropia. Ou então uma figura com quem se possam identificar sem deixarem de se sentirem melhores consigo próprios por não serem tão loucos assim.
Palahniuk é um inteligente bufão qe está pronto a mostrar aos leitores o grau de ridículo em que vivem ou desejam viver. E isso é o mais divertido de tudo.


Asfixia (Chuck Palahniuk)
Editorial Notícias
1ª edição - Outubro de 2003
260 páginas

terça-feira, 25 de outubro de 2011

... e beijos com Língua

A primeira coisa que se nota neste livro é a frescura libertária da escrita de Hugo Gonçalves que não tem medo de introduzir sonoridades novas num uso educado da Língua Portuguesa
Ele vai buscar expressões que parecem ter saído directamente de um improviso tornado norma no seu círculo de conhecidos. Expressões que passam por serem norma interna com que ele nos convida a escutar os seus relatos, também eles dignos dessa partilha entre amigos.
Isso dá-lhe agilidade, permite-lhe expressar em duas palavras o que outros escritores teriam de explicar longamente.
Fred fazia colherzinha comigo é a forma que ele encontrou para explicar que acordou para encontrar um amigo encostado a ele numa posição de concha. Parece tão mais simples e elegante naquelas quatro palavras que ele escolheu...
Este exemplo sai da "fase brasileira" das crónicas do autor (quem sabe se a expressão não é vulgar do outro lado do Atlântico...) mas é o género de pequena ousadia que ele tem sempre que pode.
É mais do que agradável percorrer as histórias de Hugo Gonçalves, as suas percepções do mundo e da vida privada misturadas e explanadas de uma forma capaz de tocar todos os leitores.
Sinal de um bom cronista, ainda que o prazer ao longo do livro dependa sempre da empatia que se tem com os temas que vão rodando pela caneta de Hugo Gonçalves.
Além de, também, depender do grau de acerto com que o autor se atira a elas.
Quando ele usa mais o humor e menos a seriedade afectiva as suas crónicas são bem melhores.
A sua abordagem menos discreta à falta de qualidade dos minetes dados pelos portugueses (ver aqui) é mais interessante do que a sua respeitosa abordagem aos problemas que as mulheres partilham com as mulheres de Verona com a missão de responder às cartas dirigidas a Julieta. Os temas são distintos, o primeiro será sempre mais divertido e ousado, mas o autor deveria ter encontrado maneira de dar a mesma identidade pessoal na abordagem a ambos.
Talvez seja ainda uma personalidade de cronista em construção, a precisar de deixar de ser tão oscilante ou, então, meramente uma falta de contextualização da origem de cada bloco de críticas que se distinguem pelos temas e pelas formas de abordagem - negando a afirmação de João Tordo de que o livro se constrói como um romance pela coesão das crónicas e a abrangência da vida que abordam.
Se há uma identidade inequívoca do autor em todas as crónicas é, como disse antes, da sua abordagem linguística, original e distinta.
E mais do que as crónicas de uma página são os contos com oito ou dez delas que realmente ficam na memória, como aquele que encerra o livro chamado Escrever pode Matar, escrito do ponto de vista feminino, repleto de ideias fortes e melhor articuladas numa estrutura excelente. Redime qualquer fulgor que as crónica percam ao decaírem do minete para a versão shakespeareana dos conselhos da revista Maria.


Fado, Samba e beijos com língua (Hugo Gonçalves)
Clube do Autor
1ª edição - Abril de 2011
208 páginas

sábado, 22 de outubro de 2011

Pouco ousado

Ao contrário do que a capa possa sugerir, é muito longe do Hotel Íris que a história de amor entre um homem a caminho de ser um velho e uma rapariga demasiado nova para ser mulher.
Ele tem gostos sexuais poucos habituais e ela ainda nem sabe o que é entregar-se, mas o livro conta a história de amor que eles viveram.
História que entre súor lambido do corpo e combinações rasgadas a tesoura só termina no momento maior de dramatismo que uma trágica história de amor pode ter.
É o pior momento para terminar a história, quando ela ainda é uma fogueira ao rubro. Não tanto porque esta história de amor não possa terminar em tragédia como tantas outras mas porque tantas outras histórias de amor terminaram em tragédia e esta não teria de ser mais uma.
As relações entre homens demasiado velhos e raparigas demasiado novas não é uma novidade literária e não é por haver um eventual amor sincero que o sexo se torna menos importante no grau de atenção que a relação merece.
Numa relação onde o fétiche e, sobretudo, a dominação são o ponto forte, não é na fuga (em sentido lato) dele que o livro realmente terminaria.
A história está mesmo no ponto em que se pedia que se explorassem temas maiores do que o amor, que tantos autores teimam em escrever com maiúscula pensando que nada mais há a dizer para lá dele.
E, no entanto, aqui seria mais forte saber porque os amantes pouco habituais têm destinos reservados a monstros incompreendidos ou que destino espera uma mulher que foi apresentada à sua sexualidade de uma forma que também destrói as suas possibilidades de se relacionar afectuosamente.
Ainda que a miúda da história tenha um momento de amor com o sobrinho do homem com quem se relaciona, é rastejando e servindo um amo que ela aprende a sentir a atração dos corpos. O que lhe sobra depois disso, como mulher mal habituada e de perspectivas severas que se tornou?
Nesta interrogação sobre o destino estava o espaço em que a autora poderia ter explorado a ousadia sexual que o livro anuncia mas que não cumpre.
Basta conhecer algumas das obras que o Japão - em domínios literários, cinematográficos ou banda desenhísticos - produz para saber que na produção popular do país há abordagens muito mais ousadas que continuam a ser escondidas do conhecimento europeu por mero embaraço.
Mesmo fazendo o esforço de compreender que este livro se publica porque o seu tema continua a conter o assombro sussurrado de quem quer parecer púdico, não posso deixar de sentir que trata apenas um tabú educado que (com a ajuda da linguagem polida da autora) até seduz mas não choca.
O amor condimentado com um pouco de sexo está bem para se ler. Mas o sexo esvaziado de amor estaria bem melhor para se pensar mais longamente no assunto.


Hotel Íris (Yoko Ogawa)
Quetzal
Sem indicação da edição - Junho de 2009
176 páginas

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Os retalhos da realidade

Como a viagem de avião na qual o protagonista-autor passa a maior parte deste livro, este livro é um processo em caminho e não uma ligação entre dois pontos.
Há uma pergunta de partida sobre o porquê do avô do protagonista-autor ter dado o nome ao seu barco. E até há uma descoberta da resposta a essa pergunta.
Só que não há um longo processo de estruturação da saga familiar em torno dessa pequena interrogação que parece ter passado de geração em geração até se tornar no grande mistério do protagonista-autor.
As razões das aventuras inexplicadas do seu avô, em alto mar ou em terra firme, são o propósito inicial do protagonista-autor para falar de si, dos seus pais e do seu avô. Mas ele não o conseguirá assim como o julgava possível, acabando por perseguir pequenos fragmentos de informação em torno dos quais ele poderia trabalhar para alcançar uma narrtiva convincente.
Ficcionalizar em torno dos dados que se têm é um processo de fechar caminhos, estancar as dúvidas numa organização satisfatória mas talvez não sedutora como será o mistério tal como ele existe como ponto de partida e, depois, como muitos pontos de chegada.
Aquilo que o protagonista-autor acaba por mostrar é a sua procura pelo detalhe do que foram os seus antepassados. A afinidade emotiva do avô pelo artista de murais Aurelio Arteta ou a coragem do seu pai a enfrentar ondas gigantes ao largo da ilha de Rockall são temas em que ele se torna um especialista.
Ele é tanto pesquisador como rememoriador, relendo diários alheios e fazendo confissões próprias.
O protagonista-autor tem o ofício de respigador, compilando e agregando os fragmentos possíveis da sua narrativa. Ele deixou de ser romancista para se dedicar ao detalhe, deixou de procurar uma imagem grandiloquente e geral de uma descendência familiar para penetrar a fundo nos momentos que definem a sua imagem do seu avô e do seu pai.
A partir desse momento deixou de ser capaz de escrever o romance como prometera no início da narrativa e passou a ter de (d)escrever o processo de desvendamento de um traço que conjuga História e histórias.
Assim a sua narrativa são, na verdade, duas aventuras (dois romances, até): aquela que se lê nas frinchas de texto que olham as histórias do que os antecederam e aquela que traduz a sua própria demanda para preencher as falhas do seu conhecimento.
A sua escrita é a sua aventura, aquela que se equipara às dos seus antepassados e que, por isso, tem de facto de figurar lado a lado com elas.
O seu livro é o processo de união, uma reconstituição da verdade para o protagonista a que assistimos com deleite equivalente àquele com que esperamos a revelação maior do porquê de ter existido um barco que se chamava Dois Amigos.
Até porque essa revelação chega e não parece nada literária, traz aquele desapontamento fascinante que só vemos porque estamos a ler o romance e a sua construção ao mesmo tempo. Caso contrário a ficção teria trabalhado a revelação até o seu âmago se tornar anti-climático de tão extraordinário.
Dessa forma o livro é um método experimentalista - com emails transcritos, registos da distância a percorrer pelo avião em que viaja ou descrições minuciosas de escolhas de filmes para visionamento (situação que até na própria vida descartamos da memória, quanto mais na ficção) - de trabalhar o retalho da realidade.
Sem alienar o leitor, Kirmen Uribe deu em olhar para as costuras da manta de retalhos e demonstrar que há lá tanto para ver como no padrão aleatório que o olhar distanciado torna em agradável conjunto unificado.


O Dois Amigos (Kirmen Uribe)
Planeta Manuscrito
1ª edição - Janeiro de 2011
184 páginas

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma ponte a atravessar

Imagine-se que John Watson ou Archie Goodwin assumem o papel principal de uma história de detectives e eis o início de Manual do Detective, uma história onde um escrivão se vê subitamente promovido ao lugar do detective para quem escrevia os relatórios.
A sua missão é-lhe tão desconhecida quanto a profissão que tem de assumir e o seu maior objectivo é encontrar o maior detective que a História já conheceu para que possa voltar à sua secretária e inventar títulos brilhantes para os casos que o Detective Sivart resolve e Charles Unwin apenas organiza.
Envolvido numa trama extraordinária, o recém-nomeado detective tem ao seu serviço apenas um estranho manual com conselhos como "Pistas - Siga-as para que não o sigam a si" (que, deliciosamente, abrem cada capítulo do livro correspondendo a cada capítulo do livro dentro do livro).
Move-se num ambiente que se apropria do retro - o noir dos anos 1940, sobretudo - para daí reinventar a ficção especulativa que um detective é capaz de enfrentar.
Nos meandros complexos de uma cidade onde chove o tempo todo e que conta, pelo menos, com uma femme fatale de considerável alcance, nada se esgota na realidade à medida que sonâmbulos se tornam figuras essenciais do mistério, os despertadores são roubados massivamente e uma voz cantada adormece com os seus ouvintes.
Há mais do que um plano de (ir)realidade em que decorrem as investigações e os melhores ingredientes policiais - o arqui-inimigo brilhante - marcam presença à medida que se mergulha mais fundo nos muitos segredos que aquele mundo sem nome esconde na sua mistura de Sociedade Policiada pela grande orgnização de detectives mas repleta dos recantos escuros onde Feiras Itinerantes são esconderijos ideais a capangas gémeos.
Ordem e caos equilibrando uma mistura de géneros a que o autor dá sempre consistência e que contribui ainda mais para uma imaginação que cita muitas referências sem as ter de exibir em frente ao leitor. Envolvem-se discretamente num mundo novo e enfeitiçante!
Um bom livro para arrumar entre O fim do Sr Y e O Sindicato de Polícias Iídiches. Tão imaginativo como o primeiro e tão bem ambientado como o segundo, é a ponte ideal.
Mas estas são as minhas duas margens entre as quais senti que atravessava. Cada leitor encontrará outras margens que ligar com esta ponte literária que não esgota referências desde que o leitor as tenha à mão!


Manual do detective (Jebediah Berry)
Publicações Europa-América
Sem indicação da edição - Junho de 2011
260 páginas