Não conheço nada do que Tiago Rebelo escreveu até este momento. Chamem-lhe preconceito, se quiserem, mas entre capas, títulos e sinopses dos seus outros livros, fiquei com a nítida sensação de que o seu público era de um outro género, de uma outra faixa etária e de uma outra aptidão.
Não lhe peguei, como não lhes pegarei agora.
Suponho que este seu livro seja manifestamente diferente, na estrutura e na temática, em relação aos restantes. Este é apontado a um público generalista que busca uma mistério bem enquadrado na ameaçadora realidade presente ou, se preferirem, um público habituado a José Rodrigues dos Santos.
Mas se por este último não tenho uma opinião favorável, já por Tiago Rebelo fui surpreendido pela sua inteligente construção de um policial com uma personagem central interessante a pedir para aparecer em mais livros.
O modelo, não exactamente perfeito mas bem engrenado, funciona a favor do leitor que se sente inteligente por adivinhar pormenores relevantes mas sem se sentir roubado da possibilidade de se interrogar por boa parte do tempo sobre o que ainda vai acontecer e, acima de tudo, como.
Não que todas as expectativas sejam desmentidas ou, pelo contrário, concretizadas. Mas os detalhes e as acções são bem manipulados para abordar os vários temas e os vários géneros que o autor pretende fazer surgir.
Só a sua inicial obsessão com uma integração narrativa realista do Portugal actual e o seu final já demasiado chegado ao comum filme de acção - com o protagonista a sair um pouco fora de personagem - ficam como os dois pontos desapontantes deste livro.
Não fosse isso e seria possível aplaudir com todo o fulgor um policial nacional - género que, pelo que parece, poderá começar a afirmar-se mais regularmente nas prateleiras das livrarias.
Não lhe peguei, como não lhes pegarei agora.
Suponho que este seu livro seja manifestamente diferente, na estrutura e na temática, em relação aos restantes. Este é apontado a um público generalista que busca uma mistério bem enquadrado na ameaçadora realidade presente ou, se preferirem, um público habituado a José Rodrigues dos Santos.
Mas se por este último não tenho uma opinião favorável, já por Tiago Rebelo fui surpreendido pela sua inteligente construção de um policial com uma personagem central interessante a pedir para aparecer em mais livros.
O modelo, não exactamente perfeito mas bem engrenado, funciona a favor do leitor que se sente inteligente por adivinhar pormenores relevantes mas sem se sentir roubado da possibilidade de se interrogar por boa parte do tempo sobre o que ainda vai acontecer e, acima de tudo, como.
Não que todas as expectativas sejam desmentidas ou, pelo contrário, concretizadas. Mas os detalhes e as acções são bem manipulados para abordar os vários temas e os vários géneros que o autor pretende fazer surgir.
Só a sua inicial obsessão com uma integração narrativa realista do Portugal actual e o seu final já demasiado chegado ao comum filme de acção - com o protagonista a sair um pouco fora de personagem - ficam como os dois pontos desapontantes deste livro.
Não fosse isso e seria possível aplaudir com todo o fulgor um policial nacional - género que, pelo que parece, poderá começar a afirmar-se mais regularmente nas prateleiras das livrarias.
O homem que sonhava ser Hitler (Tiago Rebelo)
Edições Asa
Sem indicação da edição - Sem indicação de data
472 páginas
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