O aliciamento para uma outra realidade é feita pelo poder da palavra, poder esse que afecta a imaginação e a expectativa.
É a ideia que é verdadeiramente sedutora, é a ideia que deita por terra a qualidade da realidade que se tem.
Mas quando se persegue algo intangível é preciso ter consciência da possibilidade de se perder tudo, vivendo restringido à imaginação.
Mesmo que essa ideia tome a forma de uma mulher, uma ideia escapa-se sempre.
Porque esta mulher não é a mulher que se vê, é a mulher da qual um homem conta. A partir dessa mulher, esse homem cria uma outra mulher que parece verdadeira mas que ela própria nada confirma.
Uma mulher assim, ilusoriamente comprometida com quem a sonha, cria o ponto de ruptura de uma relação quando torna a realidade pouco aliciante.
E a realidade nem precisa de ser banal para ser pouco aliciante, pode ser extraordinariamente arrojada, pois esse arrojo parece esgotar as possibilidades da imaginação.
Se tudo é possível, nada mais se pode imaginar e a realidade é tão chata como esse vazio do que está por vir.
Uma relação só se torna monótona porque quem a vive se permite a compreendê-la assim. Não é o erotismo nem a novidade que podem salvar uma relação, mas muito simplesmente a disposição das pessoas para aceitarem e promoverem a realidade a que pertencem e que depende tanto da sua compreensão como das ocorrências.
A realidade só se esgota porque a imaginação se esgota perante essa realidade. Uma relação só se esgota porque a imaginação deixa de responder perante a pessoa que está connosco.
É a ideia que é verdadeiramente sedutora, é a ideia que deita por terra a qualidade da realidade que se tem.
Mas quando se persegue algo intangível é preciso ter consciência da possibilidade de se perder tudo, vivendo restringido à imaginação.
Mesmo que essa ideia tome a forma de uma mulher, uma ideia escapa-se sempre.
Porque esta mulher não é a mulher que se vê, é a mulher da qual um homem conta. A partir dessa mulher, esse homem cria uma outra mulher que parece verdadeira mas que ela própria nada confirma.
Uma mulher assim, ilusoriamente comprometida com quem a sonha, cria o ponto de ruptura de uma relação quando torna a realidade pouco aliciante.
E a realidade nem precisa de ser banal para ser pouco aliciante, pode ser extraordinariamente arrojada, pois esse arrojo parece esgotar as possibilidades da imaginação.
Se tudo é possível, nada mais se pode imaginar e a realidade é tão chata como esse vazio do que está por vir.
Uma relação só se torna monótona porque quem a vive se permite a compreendê-la assim. Não é o erotismo nem a novidade que podem salvar uma relação, mas muito simplesmente a disposição das pessoas para aceitarem e promoverem a realidade a que pertencem e que depende tanto da sua compreensão como das ocorrências.
A realidade só se esgota porque a imaginação se esgota perante essa realidade. Uma relação só se esgota porque a imaginação deixa de responder perante a pessoa que está connosco.
Lua-de-mel, lua-de-fel (Pascal Bruckner)
Publicações Dom Quixote
1ª edição - Maio de 1993
306 páginas
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