Os thrillers como este, mais chegado ao policial e vagueando em torno de um serial killer, funcionam fornecendo ao leitor as pistas todas sem serem evidentes.
Sopro do Mal funciona bem nesse campo, conseguindo ser uma surpresa até ao final mesmo quando, pelo meio, adivinhamos - sem exactidão total, obviamente - quem está a servir que propósito.
Consegue isso tudo por vários caminhos, estruturais e narrativos. Por mais extraordinários que os eventos pareçam vê-se que o autor montou esta difícil e, por vezes, aparentemente periclitante estrutura com precisão e detalhe de forma a ser bem sucedida.
Escolhendo um serial killer do qual derivam diversos culpados e cuja realidade se desmultiplica temporalmente, Carrisi tem oportunidade de continuar sistematicamente a criar um labirinto através da conjugação e intercepção dos momentos e da escrita que de velada não tem nada mas que permite que se confundam as referências entre si.
Também a partir dessa desmultiplicação de culpas e motivos, de entendimentos e modus operandis, o autor faz um retrato das formas que o mal pode ter e das formas como esse mal pode ter implicações inesperadas e objectivos capazes de levantar sérias dúvidas.
Como diz uma das personagens logo no início, o mal guarda uma simbologia profundamente sugestiva e de cuja percepção e interpretação, contra toda a nossa vontade, não podemos fugir pois ela acaba por valer a pena no progresso que nos trará para a compreensão geral do mundo.
A tudo isto junta-se a manipulação das relações internas de um grupo, o grupo de investigação que não é imune a nenhuma das revelações.
Um grupo irrepetível que é o cerne que nos mantém interessados. Os personagens são o cerne da relação e do investimento do leitor no livro.
Chegando ao fim, sem revelações descabidas nem reviravoltas exageradas, o leitor sente-se retribuído pelo seu tempo investido no livro, já que as surpresas que vão chegando não são absurdas nem descaracterizam os personagens.
Sopro do Mal funciona bem nesse campo, conseguindo ser uma surpresa até ao final mesmo quando, pelo meio, adivinhamos - sem exactidão total, obviamente - quem está a servir que propósito.
Consegue isso tudo por vários caminhos, estruturais e narrativos. Por mais extraordinários que os eventos pareçam vê-se que o autor montou esta difícil e, por vezes, aparentemente periclitante estrutura com precisão e detalhe de forma a ser bem sucedida.
Escolhendo um serial killer do qual derivam diversos culpados e cuja realidade se desmultiplica temporalmente, Carrisi tem oportunidade de continuar sistematicamente a criar um labirinto através da conjugação e intercepção dos momentos e da escrita que de velada não tem nada mas que permite que se confundam as referências entre si.
Também a partir dessa desmultiplicação de culpas e motivos, de entendimentos e modus operandis, o autor faz um retrato das formas que o mal pode ter e das formas como esse mal pode ter implicações inesperadas e objectivos capazes de levantar sérias dúvidas.
Como diz uma das personagens logo no início, o mal guarda uma simbologia profundamente sugestiva e de cuja percepção e interpretação, contra toda a nossa vontade, não podemos fugir pois ela acaba por valer a pena no progresso que nos trará para a compreensão geral do mundo.
A tudo isto junta-se a manipulação das relações internas de um grupo, o grupo de investigação que não é imune a nenhuma das revelações.
Um grupo irrepetível que é o cerne que nos mantém interessados. Os personagens são o cerne da relação e do investimento do leitor no livro.
Chegando ao fim, sem revelações descabidas nem reviravoltas exageradas, o leitor sente-se retribuído pelo seu tempo investido no livro, já que as surpresas que vão chegando não são absurdas nem descaracterizam os personagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário