Um universo muito contido, de fronteiras bem delimitadas: não apenas as da ilha em que decorre a acção, mas igualmente das relações das personagens.
Tudo acaba por decorrer sempre em espiral até um centro nevrálgico que tudo explica e que é, afinal, o discreto mas habitual (e pertinente) toque de reflexão social da banal origem do mal que muitos policiais nórdicos têm trazido à baila.
No fundamental, o livro tem uma estrutura perfeitamente clássica, um policial cerrado e inteligente.
Guarda toda a informação sobre o culpado até ao final dando, pelo contrário, toda a informação que importa para compreender o porquê daquelas vítimas.
Tudo acaba por decorrer sempre em espiral até um centro nevrálgico que tudo explica e que é, afinal, o discreto mas habitual (e pertinente) toque de reflexão social da banal origem do mal que muitos policiais nórdicos têm trazido à baila.
No fundamental, o livro tem uma estrutura perfeitamente clássica, um policial cerrado e inteligente.
Guarda toda a informação sobre o culpado até ao final dando, pelo contrário, toda a informação que importa para compreender o porquê daquelas vítimas.
Faz-nos olhar em múltiplas direcções, mas questionar sempre quem sofre e não necessariamente quem poderá fazer sofrer.
Nesse âmbito, a pouca mais informação que temos em relação aos pontos de mira da investigação assenta o livro num realismo que também parece fazer ponto de honra nos policiais nórdicos e que, ainda para mais, nos liga às personagens que (ao que parece) prometem voltar em outros livros centrados geograficamente em Gotland - um espaço que tem, ele próprio, de crescer como personagem.
Creio que Ninguém Viu não vai marcar a moda dos policiais nórdicos, não é caso flagrante para vir a cativar o público nem tem marcas profundamente distintivas.
Só que todas as modas precisam destes livros sólidos para se cimentarem e vulgarizarem entre o público, para se tornarem num hábito e não numa habituação de passagem.
Nesse âmbito, a pouca mais informação que temos em relação aos pontos de mira da investigação assenta o livro num realismo que também parece fazer ponto de honra nos policiais nórdicos e que, ainda para mais, nos liga às personagens que (ao que parece) prometem voltar em outros livros centrados geograficamente em Gotland - um espaço que tem, ele próprio, de crescer como personagem.
Creio que Ninguém Viu não vai marcar a moda dos policiais nórdicos, não é caso flagrante para vir a cativar o público nem tem marcas profundamente distintivas.
Só que todas as modas precisam destes livros sólidos para se cimentarem e vulgarizarem entre o público, para se tornarem num hábito e não numa habituação de passagem.
Apesar disto, à mostra ficam duas falhas do livro, a primeira da revisão, a segunda da sinopse.
A primeira no seu caso mais gravoso deixou que os tempos da acção oscilassem das duas semanas para os dois meses, para retornar de novo à única possibilidade verdadeira, dado que cada capítulo do livro corresponde a um dia do mesmo mês de Junho.
A segunda, algo que felizmente só descobri a posteriori por entrar no livro sem reler a sinopse, traz informação a mais que deve permitir resolver o enigma muito mais cedo do que o previsto. Informação essencial para se saber perto do final e nunca no início.
A primeira no seu caso mais gravoso deixou que os tempos da acção oscilassem das duas semanas para os dois meses, para retornar de novo à única possibilidade verdadeira, dado que cada capítulo do livro corresponde a um dia do mesmo mês de Junho.
A segunda, algo que felizmente só descobri a posteriori por entrar no livro sem reler a sinopse, traz informação a mais que deve permitir resolver o enigma muito mais cedo do que o previsto. Informação essencial para se saber perto do final e nunca no início.
Ninguém Viu (Mari Jungstedt)
Contraponto
1ª edição - Outubro de 2010
216 páginas
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