terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A descoberta do juvenil

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/5/5f/Addams_Family.jpg
The Addams Family de Charles Addams

Um livro que à primeira página já convocou ao imaginário do leitor Edgar Allan Poe e Nathaniel Hawthorne, por mais que pareça, não será um livro tão comum e adolescente como alguns esperarão.
Claro que o livro tem como alvo um público que será mais jovem do que eu sou e do género oposto ao meu, mas qualquer um conseguirá apreciar o propósito simples da autora, o de relativizar a morte e a vida liceal - que, estou em crer, tem um imaginário colectivo cujo peso é muito maior na América do que por cá - por via do humor negro.
A autora faz isso criando ambientes que se aproximam, à escala apropriada, daqueles que os autores góticos criavam com o negrume do seu romantismo, conectando-os depois, com a sátira social perto de roçar o politicamente incorrecto, do imaginário cartoonesco que nos anos 1930 se gerou com The Addams Family.
Por isso é tão fácil seguir pelas páginas deste livro, entre alguns risos menos contidos e o prazer da imaginação honesta da autora, passando por citações de Woody Allen ou Laurie Anderson, recordando outras histórias e outras pérolas.
Não sou o público exacto deste livro, mas ele foi capaz de me lembrar aquelas obras da minha predilecção à idade a que ele se dirige, pelo que só espero que o público que realmente deve ler este livro possa depois dar o passo seguinte nas suas leituras.


















Ghostgirl - A Rapariga Invisível (Tonya Hurley)
Contraponto
1ª edição - Outubro de 2009
336 páginas

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