sábado, 13 de fevereiro de 2010

De boa raça

Já antes falei de livros que se apresentam logo prontos a serem argumentos de cinema, procurando tanto a leitura como a venda de direitos fácil.
A Estirpe vem revelar, precisamente, o processo inverso, sendo visível a sua origem estrutural e narrativa ligada à concepção escrita de cenas, mas enriquecida pela dedicação literária.
Assim se tem uma história que se lê a um ritmo alucinante mas que tem uma atenção sincera para com as suas interessantes personagens.
Aliando às (reconhecíveis) originais ideias do realizador e à sua construção da história uma minúcia para com as personagens e com os detalhes quem ambientam os eventos que, deduzo, será a contribuição de Chuck Hogan, temos uma perspectiva original para um mito clássico que busca elementos modernos de thrillers para ir construindo, com vagar e dedicação, uma história que aguça a curiosidade e tem interrogações de fundo que são mais do que meros cliffhangers deixados quase ao acaso só para justificar que o leitor tenha de continuar em frente.
A Estirpe é um trabalho que merece o pouco tempo mas definitivamente compulsivo que lhe dedicamos. Agora esperemos pelo resto da trilogia para saber como vai tudo isto acabar.

















A Estirpe (Guillermo del Toro e Chuck Hogan)
Editora Objectiva
1ª edição - Setembro de 2009
560 páginas

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