Para lá do drama de duas irmãs que sempre permanecerão juntas, desde a vida fácil e feliz de Xangai à adaptação à vida em Los Angeles, com todas as dificuldades e dramas que surgirão de permeio e mesmo depois disso, Raparigas de Xangai é também um interessante retrato das difíceis condições que os emigrantes chineses sempre sentiram nos Estados Unidos da América.
A sua segregação permanece uma constante, bem como o medo que sentem num país que chega a usá-los mas nunca a aceitá-los.
Primeiro sendo sistematicamente perseguidos por medo da invasão ilegal, depois úteis no esforço de guerra para verem a sua adquirida nacionalidade contestada pelo fantasma da Ameaça Vermelha.
Nesse sentido, compreende-se perfeitamente que esses emigrantes sejam cada vez menos aceites, pois ao verem-se mal tratados, retornam a uma tradição que, mesmo que nunca antes lhes tenha dito nada, passa a ser um ponto de conforto para eles.
Fecham-se sob a própria família e sob o próprio povo para se sentirem seguros, não entendendo que assim perpetuam o preconceito que já tinha levado quem os deveria acolher a segregá-los.
A abertura é impossível, um ciclo vicioso de medo comum a ambos os lados, mesmo quando os chineses emigrados podem fazer negócio com os americanos e os americanos se podem divertir com o "exotismo" dos costumes chineses. Nenhum destes povos, no entanto, admitirá mais do usar o outro.
O caso exemplar disso mesmo é Chinatown, um bairro que permite que confluam essas vontades, ilusória fonte de turismo e genuinidade, um gueto embelezado e útil.
O que é uma pena é que em vez de uma saga familiar, Raparigas de Xangai acaba por se parecer mais com o saltitar temporal de um álbum de fotografias.
Se ao nosso lado tivéssemos a matriarca da família a relatar-nos aquilo que não vemos entre cada instantâneo, teríamos uma narrativa extraordinária.
Ao folhearmos as páginas por nossa conta, ficamos apenas com algumas ideias repletas de pormenores mas soltas na nossa mente.
A sua segregação permanece uma constante, bem como o medo que sentem num país que chega a usá-los mas nunca a aceitá-los.
Primeiro sendo sistematicamente perseguidos por medo da invasão ilegal, depois úteis no esforço de guerra para verem a sua adquirida nacionalidade contestada pelo fantasma da Ameaça Vermelha.
Nesse sentido, compreende-se perfeitamente que esses emigrantes sejam cada vez menos aceites, pois ao verem-se mal tratados, retornam a uma tradição que, mesmo que nunca antes lhes tenha dito nada, passa a ser um ponto de conforto para eles.
Fecham-se sob a própria família e sob o próprio povo para se sentirem seguros, não entendendo que assim perpetuam o preconceito que já tinha levado quem os deveria acolher a segregá-los.
A abertura é impossível, um ciclo vicioso de medo comum a ambos os lados, mesmo quando os chineses emigrados podem fazer negócio com os americanos e os americanos se podem divertir com o "exotismo" dos costumes chineses. Nenhum destes povos, no entanto, admitirá mais do usar o outro.
O caso exemplar disso mesmo é Chinatown, um bairro que permite que confluam essas vontades, ilusória fonte de turismo e genuinidade, um gueto embelezado e útil.
O que é uma pena é que em vez de uma saga familiar, Raparigas de Xangai acaba por se parecer mais com o saltitar temporal de um álbum de fotografias.
Se ao nosso lado tivéssemos a matriarca da família a relatar-nos aquilo que não vemos entre cada instantâneo, teríamos uma narrativa extraordinária.
Ao folhearmos as páginas por nossa conta, ficamos apenas com algumas ideias repletas de pormenores mas soltas na nossa mente.
Raparigas de Xangai (Lisa See)
Bizâncio
1ª edição - Novembro de 2009
352 páginas
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