Morto por pecar é um bom "velho" policial, daqueles em que se pode ter plena confiança na boa condução da trama, daqueles com que se pode contar para que nos submetam ao exercício de descoberta sem impossíveis saltos de lógica.
Sólido, complexo sem truques, assente numa realidade perfeitamente credível e actual.
Um policial que consegue, além de nos manter a jogar às adivinhas - quem não quer ser mais esperto do que o próprio autor? - falar da realidade social à sua volta.
Um policial que fala do drama dos agricultores. Que traz à cena o degladiar entre os velhos e os novos costumes, entre as ciências e as crenças, entre o campo e a cidade.
Mas, acima de tudo, por ser uma das facetas que acaba por ser determinante, evidencia a distância que separa a velha e a nova forma de se ser polícia.
Ainda que os resultados possam ser os mesmos, a forma de se chegar a eles eram bem distintos, mas acima de tudo, é a confiança que se altera.
O polícia de antigamente era como um companheiro que lembrava a existência da ordem. O polícia de agora tem de impôr essa ordem.
A balança da confiança alterou-se de um para o outro caso de forma acentuada, mas como se poderá ver, nem a placidez que parece gerar o velho policiamento de aldeia deixa de esconder a tendência aproveitadora - e criminosa - das pessoas. Pelo contrário, até a reforça com um enorme sentido de impunidade.
Esse é que é o cerne desta trama, que a gerará e a resolverá, abraçando a discussão moral e comportamental que sobra da transformação da definição de polícia.
Sólido, complexo sem truques, assente numa realidade perfeitamente credível e actual.
Um policial que consegue, além de nos manter a jogar às adivinhas - quem não quer ser mais esperto do que o próprio autor? - falar da realidade social à sua volta.
Um policial que fala do drama dos agricultores. Que traz à cena o degladiar entre os velhos e os novos costumes, entre as ciências e as crenças, entre o campo e a cidade.
Mas, acima de tudo, por ser uma das facetas que acaba por ser determinante, evidencia a distância que separa a velha e a nova forma de se ser polícia.
Ainda que os resultados possam ser os mesmos, a forma de se chegar a eles eram bem distintos, mas acima de tudo, é a confiança que se altera.
O polícia de antigamente era como um companheiro que lembrava a existência da ordem. O polícia de agora tem de impôr essa ordem.
A balança da confiança alterou-se de um para o outro caso de forma acentuada, mas como se poderá ver, nem a placidez que parece gerar o velho policiamento de aldeia deixa de esconder a tendência aproveitadora - e criminosa - das pessoas. Pelo contrário, até a reforça com um enorme sentido de impunidade.
Esse é que é o cerne desta trama, que a gerará e a resolverá, abraçando a discussão moral e comportamental que sobra da transformação da definição de polícia.
Morto por Pecar (Stephen Booth)
Publicações Europa-América
1ª Edição - Agosto de 2009
364 páginas
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