quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Para rir

Esta obra terá sido, ao tempo da sua publicação, um objecto de crítica às Forças Armadas nacionais.
Mas não sabendo disso - ou não querendo saber disso - a obra não perde sentido, importância ou potencial.
Se esta reunião de pequenos contos foi um objecto crítico localizado no tempo que agora faz ainda sentido ler, não há mal em dizer que é uma obra intemporal.
Pelo contrário, estes pedaços de humor, profundamente originais, versam sobre o pequeno ridículo das falhas das divindades, do destino e do próprio homem.
Nós humanos, rivalizamos em banalidade com os anjos, intriguistas de vão de escada.
Nós humanos, tomamos como prenúncios os erros dos deuses, tão falíveis como nós.
Somos, afinal, pequenos. E os deuses são tão pequenos como os fazemos.
E se não pudermos rir dos nossos deuses - e também dos dos outros, sem ofensa mas com ironia - então não poderemos rir de nós próprios.
Com a ajuda certeira de Mário de Carvalho, ambos os risos são fáceis e deliciosos.


















A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho (Mário de Carvalho)
LeYa/Bis
1ª Edição - Maio de 2009
96 páginas

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