Parece-me um pouco difícil falar de um volume intermediário de uma saga - neste caso, precisamente, uma trilogia - sem me referir directamente ao volume que o precede.
Por isso mesmo vou ter de dizer que O Punhal do Soberano é uma continuação à altura de Aprendiz de Assassino.
Agora que o protagonista teve de se tornar, pela força das circunstâncias, muito mais do que um simples rapaz, a história consegue colocá-lo, e às suas singularidades, no seio de um enorme alvoroço, cujos eventos não parecem poder facilmente serem desligados da sua própria existência. Uma existência que, por essa mesma razão, está ameaçada.
Não se trata apenas da sua vida ameaçada pelas intrigas palacianas. Trata-se da sua vida pessoal e das suas opções, ameaçadas que estão pelo facto de ele se ter juramentado ao seu rei e, assim, nunca ser verdadeiramente livre para escolher ou viver a menos que o consentimento do rei corresponda aos seus desejos.
Mais ainda, trata-se da ameaça à sua vida com os outros, culpa das consequências das decisões que toma sem considerar as circunstâncias que o envolvem. Essas consequências afectarão todos aqueles a quem ele devia maior gratidão - ou, pelo menos, obediência - e deixá-lo-ão envergonhado e isolado.
A sua vida condicionada, a par da sua secreta condição de assassino, obriga-o a viver numa solidão constante. Mesmo quando alguém se tenta aproximar-se dele, são os seus segredos a constituir a barreira que nunca poderá desaparecer por completo, com risco de colocar em perigo mais vidas além da sua.
A Saga do Assassino é um retrato cada vez mais intenso e brilhante da solidão humana. A desolação da personagem principal merece-nos compaixão e admiração, desolação essa vivida em sofrimento resiliente.
É um tal retrato sem deixar de ser uma obra plena de imaginação e ritmo, uma obra de fantasia cuja intriga é feita de contornos heróicos mas também políticos, uma obra moderna e inteligente.
Cruel é saber que a próxima parte desta obra só chegará em Outubro à nossa mão. Mas certamente que a espera valerá a pena.
Por isso mesmo vou ter de dizer que O Punhal do Soberano é uma continuação à altura de Aprendiz de Assassino.
Agora que o protagonista teve de se tornar, pela força das circunstâncias, muito mais do que um simples rapaz, a história consegue colocá-lo, e às suas singularidades, no seio de um enorme alvoroço, cujos eventos não parecem poder facilmente serem desligados da sua própria existência. Uma existência que, por essa mesma razão, está ameaçada.
Não se trata apenas da sua vida ameaçada pelas intrigas palacianas. Trata-se da sua vida pessoal e das suas opções, ameaçadas que estão pelo facto de ele se ter juramentado ao seu rei e, assim, nunca ser verdadeiramente livre para escolher ou viver a menos que o consentimento do rei corresponda aos seus desejos.
Mais ainda, trata-se da ameaça à sua vida com os outros, culpa das consequências das decisões que toma sem considerar as circunstâncias que o envolvem. Essas consequências afectarão todos aqueles a quem ele devia maior gratidão - ou, pelo menos, obediência - e deixá-lo-ão envergonhado e isolado.
A sua vida condicionada, a par da sua secreta condição de assassino, obriga-o a viver numa solidão constante. Mesmo quando alguém se tenta aproximar-se dele, são os seus segredos a constituir a barreira que nunca poderá desaparecer por completo, com risco de colocar em perigo mais vidas além da sua.
A Saga do Assassino é um retrato cada vez mais intenso e brilhante da solidão humana. A desolação da personagem principal merece-nos compaixão e admiração, desolação essa vivida em sofrimento resiliente.
É um tal retrato sem deixar de ser uma obra plena de imaginação e ritmo, uma obra de fantasia cuja intriga é feita de contornos heróicos mas também políticos, uma obra moderna e inteligente.
Cruel é saber que a próxima parte desta obra só chegará em Outubro à nossa mão. Mas certamente que a espera valerá a pena.
O punhal do soberano (Robin Hobb)
Saída de Emergência
1ª Edição - Maio de 2009
384 páginas
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