segunda-feira, 7 de junho de 2010

Poeta sentido

Eis um poeta que escreve, em absoluto, a partir das suas emoções, daquelas que ia vivendo a cada momento e que se traduziam depois no imaginário que ele traduziu em palavras.
Este poeta não escreve a partir da racionalidade do sentimento (re)criado, mas do que lhe era dado a sentir e que compreenderia ao mesmo tempo que o traduzia em palavras.
Alberto Riogrande não evita, por isso mesmo, que algumas imagens supérfulas se inscrevam nos seus poemas.
É a vontade de prolongar o momento ou o efeito, algo natural a quem sente e que não tinha como se aperceber disso mesmo na altura.
Sente-se que o verso e a sua imagem poderiam resultar melhor na simplicidade que antecedia o verso que se segue - apenas um floreado a pontuar a imagem já estabelecida.
Isso não retira aos poemas de Riogrande o melhor da sua capacidade de criar pequenos universos nascidos à flor da pele que debitam sensualidade e que existem como espaço de dedicação à feminilidade.
Feminilidade sempre carnal, umas vezes de beleza doce, outras de tormento áspero. Assim resumido parecerá, obviamente, banal e tolo, mas as imagens não o são.
Num país de Poetas, Riogrande tem lugar e não desmerece o epíteto.


















A lua no teu umbigo (Alberto Riogrande)
Esfera do Caos
1ª edição - Maio de 2010
128 páginas

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