No meu mais recente período de férias tinha acesso a um típico pub inglês em terras nacionais cujo dono tem um curioso sistema de apoio ao veraneantes do Reino Unido.
Contra as paredes do bar tem centenas de livros empilhados que são deixados por quem lá passa e se prepara para partir.
Os que chegam podem levar um livro para ler e depois devolvê-lo ou podem deixar um livro e levar outro por troca.
Fora da equação da viagem ficam o transporte e a escolha dos livros a ler e a pessoa dificilmente tem de se sujeitar a leituras que não lhe agradam pois a variedade é imensa, não se reduzindo a thrillers ou "literatura de gaja".
Os livros existem ali como bens temporários e transitórios de pessoas elas próprias habitantes temporários e transitórios daquele local.
Eu aproveitei para ir lá trocar alguns livros e entre os que trouxe de lá comigo veio uma edição britânica de The Corrections de Jonathan Franzen.
Um livro aclamado de um autor que está, novamente, na ponta da língua de todos os interessados por literatura.
O livro estava por lá, deixado já em cima de um frigorífico - os livros são tantos que as paredes já não chegam - e para o trazer comigo apenas tive de deixar um livro menor, quase sem valor se pensarmos bem nisso.
Para mim terá sido uma troca excelente, para o dono do bar foi uma troca como tantas outras.
Ali vê-se verdadeiramente o valor do livro reduzido ao essencial, um objecto transferível, traficável, abandonável.
Um livro, independentemente da massa, do número de páginas, do autor, da qualidade, da aclamação, é apenas um objecto colocado ao valor de "um para um".
É uma experiência muito interessante ver como um autor como Jonathan Franzen pode ser tão facilmente deixado ao lado de um livro sobre como se manter magra em Paris.
Ajuda-nos a relativizar o endeusamento do texto. Depois de servir de distracção contra as horas de praia o livro fica sujeito à eventualidade do capricho de outra pessoa a levar a relê-lo. Mesmo livros que "mudam vidas" não podem pesar na bagagem que se carrega para casa.
E a verdade é que a "Grande Literatura" é das que mais pesa...
Os que chegam podem levar um livro para ler e depois devolvê-lo ou podem deixar um livro e levar outro por troca.
Fora da equação da viagem ficam o transporte e a escolha dos livros a ler e a pessoa dificilmente tem de se sujeitar a leituras que não lhe agradam pois a variedade é imensa, não se reduzindo a thrillers ou "literatura de gaja".
Os livros existem ali como bens temporários e transitórios de pessoas elas próprias habitantes temporários e transitórios daquele local.
Eu aproveitei para ir lá trocar alguns livros e entre os que trouxe de lá comigo veio uma edição britânica de The Corrections de Jonathan Franzen.
Um livro aclamado de um autor que está, novamente, na ponta da língua de todos os interessados por literatura.
O livro estava por lá, deixado já em cima de um frigorífico - os livros são tantos que as paredes já não chegam - e para o trazer comigo apenas tive de deixar um livro menor, quase sem valor se pensarmos bem nisso.
Para mim terá sido uma troca excelente, para o dono do bar foi uma troca como tantas outras.
Ali vê-se verdadeiramente o valor do livro reduzido ao essencial, um objecto transferível, traficável, abandonável.
Um livro, independentemente da massa, do número de páginas, do autor, da qualidade, da aclamação, é apenas um objecto colocado ao valor de "um para um".
É uma experiência muito interessante ver como um autor como Jonathan Franzen pode ser tão facilmente deixado ao lado de um livro sobre como se manter magra em Paris.
Ajuda-nos a relativizar o endeusamento do texto. Depois de servir de distracção contra as horas de praia o livro fica sujeito à eventualidade do capricho de outra pessoa a levar a relê-lo. Mesmo livros que "mudam vidas" não podem pesar na bagagem que se carrega para casa.
E a verdade é que a "Grande Literatura" é das que mais pesa...
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