Se houve tempos em que o Cinema adoptou a linguagem literária, agora o efeito parece cada vez mais invertido.
Encontro com o Medo evidencia isso mesmo, num género que se propicia demasiado a tal efeito, o thriller sobrenatural.
Encontro com o Medo é construído, de forma clara, em cenas.
Reconhece-se facilmente o mecanismo que coloca o texto muito a jeito de ser adaptado ao grande ecrã, montado e cortado para funcionar para um espectador.
Só que, à conta disso mesmo, temos cenas ora demasiado palavrosas - onde se reconhece de facto o efeito de câmara com que todas aquelas palavras inúteis seriam substituídas - ora demasiado crípticas - querendo agilizar uma determinada cena, acaba por não lhe dar o conteúdo certo para a fazer funcionar.
O problema adensa-se quando o leitor - pelo menos um leitor que tenha lido alguma BD das últimas décadas, que tenha visto alguma das séries de televisão que surgiram na descendência de Millennium ou um dos muitos filmes que Hollywood tem dado à luz com repetitiva cadência - se confronta com terreno muito batido, sem nada de distinguível.
O final - e foram precisas três tentativas para lá chegar - é de uma facilidade preguiçosa que se lança directamente à jugular de uma sequela, além de deixar a nú a pouca imaginação da escritora, que tentando ser original e obscura já revelou a verdade por detrás do verdadeiro vilão que ainda há-de atormentar a equipa de investigação com poderes psíquicos.
Não sei porque raio 6 milhões de americanos acabaram por comprar este livro. Afinal estamos numa sociedade altamente dependente da imagem e, nesse domínio, há exemplos muito melhores disponíveis na televisão quase todos os dias.
Encontro com o Medo até poderia funcionar nesse registo, mas escrito dá um mau filme.
Encontro com o Medo evidencia isso mesmo, num género que se propicia demasiado a tal efeito, o thriller sobrenatural.
Encontro com o Medo é construído, de forma clara, em cenas.
Reconhece-se facilmente o mecanismo que coloca o texto muito a jeito de ser adaptado ao grande ecrã, montado e cortado para funcionar para um espectador.
Só que, à conta disso mesmo, temos cenas ora demasiado palavrosas - onde se reconhece de facto o efeito de câmara com que todas aquelas palavras inúteis seriam substituídas - ora demasiado crípticas - querendo agilizar uma determinada cena, acaba por não lhe dar o conteúdo certo para a fazer funcionar.
O problema adensa-se quando o leitor - pelo menos um leitor que tenha lido alguma BD das últimas décadas, que tenha visto alguma das séries de televisão que surgiram na descendência de Millennium ou um dos muitos filmes que Hollywood tem dado à luz com repetitiva cadência - se confronta com terreno muito batido, sem nada de distinguível.
O final - e foram precisas três tentativas para lá chegar - é de uma facilidade preguiçosa que se lança directamente à jugular de uma sequela, além de deixar a nú a pouca imaginação da escritora, que tentando ser original e obscura já revelou a verdade por detrás do verdadeiro vilão que ainda há-de atormentar a equipa de investigação com poderes psíquicos.
Não sei porque raio 6 milhões de americanos acabaram por comprar este livro. Afinal estamos numa sociedade altamente dependente da imagem e, nesse domínio, há exemplos muito melhores disponíveis na televisão quase todos os dias.
Encontro com o Medo até poderia funcionar nesse registo, mas escrito dá um mau filme.
Encontro com o Medo (Kay Hooper)
Casa das Letras
1ª Edição - Maio de 2009
288 páginas
Sem comentários:
Enviar um comentário