Doc Sportello é um detective privado como Philip Marlowe, na versão movida a ganza e vestida para a praia.
Mesmo assim ele percorre o terreno sombrio que esconde perigos, ainda que o cenário seja Hollywood e não uma cidade ambientada para o policial negro.
Ele é um mestre da subcultura, das referências pop obscuras que confundem tanto quanto deliciam quando estamos a avaliar a personalidade desta personagem.
Ele é uma criação genial ao serviço de uma loucura narrativa em que Pynchon desnovela a sua diversão fonética (a quantidade de nomes de personagens absurdos é espantosa), o seu rol de tiradas inapropriadas e o seu talento para as situações exageradas.
Como em À Beira do Abismo, entre a personagem central e os feitos da escrita de Pynchon, não há forma sólida de seguir os eventos, a quantidade de personagens secundárias que vão e voltam e os pequenos detalhes que definem os culpados e as suas acções.
É, também, por isso que não há personagens "encorpadas" além de Sportello. Ele é a única peça que interessa e que pode sobrar para uma eventualidade futura.
Ele lá tem de resistir pelos meios que pode num tempo que é o de Charles Manson e Richard Nixon. Ou seja, Sportello não pdoeria andar à deriva em tempos mais perturbados!
O resultado de lermos Vício Intrínseco é um prazer na igual medida da nossa incredulidade perante o facto de que alguém seja capaz de ter escrito tanta bizarria num livro só e, ainda mais, porque todos os outros seres humanos à nossa volta continuam sem conhecer o mundo que ali se encerra.
Mesmo assim ele percorre o terreno sombrio que esconde perigos, ainda que o cenário seja Hollywood e não uma cidade ambientada para o policial negro.
Ele é um mestre da subcultura, das referências pop obscuras que confundem tanto quanto deliciam quando estamos a avaliar a personalidade desta personagem.
Ele é uma criação genial ao serviço de uma loucura narrativa em que Pynchon desnovela a sua diversão fonética (a quantidade de nomes de personagens absurdos é espantosa), o seu rol de tiradas inapropriadas e o seu talento para as situações exageradas.
Como em À Beira do Abismo, entre a personagem central e os feitos da escrita de Pynchon, não há forma sólida de seguir os eventos, a quantidade de personagens secundárias que vão e voltam e os pequenos detalhes que definem os culpados e as suas acções.
É, também, por isso que não há personagens "encorpadas" além de Sportello. Ele é a única peça que interessa e que pode sobrar para uma eventualidade futura.
Ele lá tem de resistir pelos meios que pode num tempo que é o de Charles Manson e Richard Nixon. Ou seja, Sportello não pdoeria andar à deriva em tempos mais perturbados!
O resultado de lermos Vício Intrínseco é um prazer na igual medida da nossa incredulidade perante o facto de que alguém seja capaz de ter escrito tanta bizarria num livro só e, ainda mais, porque todos os outros seres humanos à nossa volta continuam sem conhecer o mundo que ali se encerra.
Vício Intrínseco (Thomas Pynchon)
Bertrand Editora
Sem indicação da edição - Outubro de 2010
400 páginas
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