Ainda que as duas figuras em que se centra este livro me sejam caras pela sua ligação a essa arte que tanto amo, o Cinema, uma biografia sobre um casamento não me parecia o mais interessante dos temas para uma leitura que fosse capaz de me cativar.
No entanto rapidamente este casamente se revela como o núcleo em torno do qual orbitam muitas vidas.
Desde logo, a vida de Norma Jeane e Arthur Miller; de John Kennedy, Elia Kazaan e Frank Sinatra por acréscimo; e inevitavelmente a vida de Hollywood de meados do século XX ou das comissões do Congresso para investigação das actividades anti-americanas.
Ao contrário do que sugere a foto, onde se revela de forma muito acentuada a estranheza que parecia constituir a união do casal, os dois nunca estiveram sozinhos, isolados do mundo como poderia ter sido a única solução para viverem placidamente aquilo que chegou a ser amor.
A maior estrela era também a mais frágil rapariga do seu tempo. Exigia atenção constante e fazia-se seguir de um séquito de amigos, amantes e aproveitadores que nunca conseguiriam fazê-la aprovar-se a si mesma.
Ele amava-a acima de tudo mas precisa da sua solidão de escritor. Rendeu-se a ela por devoção mas ela precisava antes que ele a tomasse com ferocidade. Ele deu-lhe o melhor do seu talento como prova de amor e ela não o compreendeu.
Dois feitios diametralmente opostos que na sua junção atraíram cada vez mais pessoas a um casamento cujas relações externas minavam a essência de cada um deles que, por sua vez, minavam a relação que tinham assumido.
Este casamento foi, por definição, uma tragédia em que nenhuma das partes era culpada mas em que ambas as partes eram motivadora desse desfecho.
Este casamento é o motivo certo para uma biografia que aborda uma extensa rede de relações que tornam o leitor ávido de poder ter a seu lado toda uma biblioteca de biografias para se poder desviar pelas vidas secundárias antes de voltar ao núcleo deste livro.
Verdade seja dita que, por vezes, é irritante para o leitor ler informação que é, afinal, repetida, mas com um trabalho tão extenso de pesquisa e composição cronológica é justo notar que o resultado proporciona um excelente ritmo de leitura e que a macro-construção do livro, encaminhando os relatos sobre cada um dos "protagonistas" em direcção a uma interesecção e à sua posterior ruptura, é perspicaz.
E de aquilo que seria quase um ponto nestas vidas nasceu uma biografia esclarecedora e desafiadora que, no entanto, não apaga a admiração que se sente por este núcleo e pelas vidas que o orbitam.
No entanto rapidamente este casamente se revela como o núcleo em torno do qual orbitam muitas vidas.
Desde logo, a vida de Norma Jeane e Arthur Miller; de John Kennedy, Elia Kazaan e Frank Sinatra por acréscimo; e inevitavelmente a vida de Hollywood de meados do século XX ou das comissões do Congresso para investigação das actividades anti-americanas.
Ao contrário do que sugere a foto, onde se revela de forma muito acentuada a estranheza que parecia constituir a união do casal, os dois nunca estiveram sozinhos, isolados do mundo como poderia ter sido a única solução para viverem placidamente aquilo que chegou a ser amor.
A maior estrela era também a mais frágil rapariga do seu tempo. Exigia atenção constante e fazia-se seguir de um séquito de amigos, amantes e aproveitadores que nunca conseguiriam fazê-la aprovar-se a si mesma.
Ele amava-a acima de tudo mas precisa da sua solidão de escritor. Rendeu-se a ela por devoção mas ela precisava antes que ele a tomasse com ferocidade. Ele deu-lhe o melhor do seu talento como prova de amor e ela não o compreendeu.
Dois feitios diametralmente opostos que na sua junção atraíram cada vez mais pessoas a um casamento cujas relações externas minavam a essência de cada um deles que, por sua vez, minavam a relação que tinham assumido.
Este casamento foi, por definição, uma tragédia em que nenhuma das partes era culpada mas em que ambas as partes eram motivadora desse desfecho.
Este casamento é o motivo certo para uma biografia que aborda uma extensa rede de relações que tornam o leitor ávido de poder ter a seu lado toda uma biblioteca de biografias para se poder desviar pelas vidas secundárias antes de voltar ao núcleo deste livro.
Verdade seja dita que, por vezes, é irritante para o leitor ler informação que é, afinal, repetida, mas com um trabalho tão extenso de pesquisa e composição cronológica é justo notar que o resultado proporciona um excelente ritmo de leitura e que a macro-construção do livro, encaminhando os relatos sobre cada um dos "protagonistas" em direcção a uma interesecção e à sua posterior ruptura, é perspicaz.
E de aquilo que seria quase um ponto nestas vidas nasceu uma biografia esclarecedora e desafiadora que, no entanto, não apaga a admiração que se sente por este núcleo e pelas vidas que o orbitam.
O Génio e a Deusa (Jeffrey Meyers)
Bizâncio
1ª edição - Novembro de 2009
368 páginas
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