Não tenho dúvidas que o sucesso de O Rapaz do Pijama às Riscas é mais do que um mero acaso.
Este livro juvenil tem o condão de estar impregnado com uma verdadeira e nada condescendente visão de criança do mundo.
Uma visão capaz de transformar Auschwitz em Acho-Vil e Führer em Fúria.
Uma visão capaz tanto de se relacionar com as crianças como de surpreender os adultos.
Porque aqui as crianças são tratadas com um respeito inabalável.
Não só como público, mas também como personagens. Em ambos os casos são vistas na sua complexidade emotiva, tomadas no seu universo singular como origem, percurso e destinatário desta obra de ficção.
Assim é possível falhar-lhes de um tema igualmente complexo sem ser preciso recorrer a explicações e evidências, mas antes dando lugar à própria compreensão - emocional, lá está novamente - de um sentido familiar e reconhecível da existência num tempo e num contexto social muito distinto.
Fala-se de e para crianças numa linguagem - e não me refiro somente à escrita mas a toda a forma como o texto foi pensado e criado - que lhes consegue ser familiar com o devido espaço à indagação e à descoberta.
Não é, de resto, estranho que os adultos devam também ler este livro pois só ele, nesta forma singular de abordar uma tragédia pelos olhos de uma criança, consegue derrubar o efeito que a televisão tem neles.
As vivas emoções, tão simples na sua exposição mas com a complexidade que há muito a sociologia evidenciou nas crianças, são a forma de encarar o verdadeiro efeito de uma tragédia.
Tornando as emoções empáticas para o leitor no desarme de pertencerem a uma criança, consegue este livro superar a barreira da "pena distanciada" que um moderno genocídio causa à distância de um ecrã.
Esse efeito pode ser tremendo e assustador, mas é certamente útil nos dias de hoje.
E este pequeno livro para os mais pequenos torna-se num verdadeiro condensado de emoções para o mundo actual.
Um livro que aborda um dos mais dramáticos episódios da História Mundial de forma inovadora, escorreita, desarmante, imaginativa, honesta, singular, sugestiva... E muitos outros adjectivos se lhe aplicariam.
Este livro juvenil tem o condão de estar impregnado com uma verdadeira e nada condescendente visão de criança do mundo.
Uma visão capaz de transformar Auschwitz em Acho-Vil e Führer em Fúria.
Uma visão capaz tanto de se relacionar com as crianças como de surpreender os adultos.
Porque aqui as crianças são tratadas com um respeito inabalável.
Não só como público, mas também como personagens. Em ambos os casos são vistas na sua complexidade emotiva, tomadas no seu universo singular como origem, percurso e destinatário desta obra de ficção.
Assim é possível falhar-lhes de um tema igualmente complexo sem ser preciso recorrer a explicações e evidências, mas antes dando lugar à própria compreensão - emocional, lá está novamente - de um sentido familiar e reconhecível da existência num tempo e num contexto social muito distinto.
Fala-se de e para crianças numa linguagem - e não me refiro somente à escrita mas a toda a forma como o texto foi pensado e criado - que lhes consegue ser familiar com o devido espaço à indagação e à descoberta.
Não é, de resto, estranho que os adultos devam também ler este livro pois só ele, nesta forma singular de abordar uma tragédia pelos olhos de uma criança, consegue derrubar o efeito que a televisão tem neles.
As vivas emoções, tão simples na sua exposição mas com a complexidade que há muito a sociologia evidenciou nas crianças, são a forma de encarar o verdadeiro efeito de uma tragédia.
Tornando as emoções empáticas para o leitor no desarme de pertencerem a uma criança, consegue este livro superar a barreira da "pena distanciada" que um moderno genocídio causa à distância de um ecrã.
Esse efeito pode ser tremendo e assustador, mas é certamente útil nos dias de hoje.
E este pequeno livro para os mais pequenos torna-se num verdadeiro condensado de emoções para o mundo actual.
Um livro que aborda um dos mais dramáticos episódios da História Mundial de forma inovadora, escorreita, desarmante, imaginativa, honesta, singular, sugestiva... E muitos outros adjectivos se lhe aplicariam.
O Rapaz do Pijama às Riscas (John Boyne)
Edições Asa
2ª Edição - Janeiro de 2009
176 páginas
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