O meu conselho viria sempre tarde pois quem comprou Um Pai de Filme certamente que não resistiu ao belo impulso que é comprar livros numa livraria que parece esperar por nós.
(Isso e, provavelmente, a capa catita a que voltarei numa outra ocasião.)
Esta é a história de uma personagem que se cruza com a História do Chile à medida que ela vai sendo feita, até se aproximar do momento em que desembocará na eleição de Salvador Allende.
A História é importante mas nunca será tão sedutora como a história. À que leva o H faltam-lhe as personagens únicas e sedutoras.
Pugilistas, crianças fascinadas pelas heroínas de cinema ou homens que se guardam a vida toda para conduzirem uma Indian são a alma de um Chile que haveria de sofrer muito mas que ainda não tinha consciência de como já se lutava para tirar algum prazer da vida em muitos lugarejos.
O sonho de partir para Nova Iorque é comum a todos os que permanecem porque nada parece mais extraordinário do que a grandeza do Empire State Building.
Transforma-se a pequena cidade do Chile numa versão possível da grande cidade dos EUA para se ir vivendo sem lembrar o declínio inevitável ao qual Madalena (a rapariga do título) é a figura mais condenada e inconformada.
Dito isto, o resumo de uma visão forte do que foi o Chile, não posso deixar de confessar que os livros de Skármeta (a pequena amostra a que tive acesso, entenda-se) têm belos momentos, blocos de texto que chegam mesmo a ser deliciosos.
Só que acabam por ser sempre melhor recordados por segmentos desgarrados do que como estruturas sólidas uníssonas da primeira à última sílaba.
Queria realmente ter gostado mais de ler Skármeta, entender o porquê de há alguns anos ter sido considerado o melhor escritor estrangeiro tanto em Portugal como em França. Não consegui, mas quem sabe se perante mais um empréstimo não acabo por voltar a tentar?
Uma questão importante a assinalar é a falta de revisão da tradução do livro.
O texto ficou pejado de frases mal construídas e de palavras intrometidas no sentido da leitura.
Não é incomum ao longo do livro ter de quebrar o ritmo de leitura para reler (mais do que uma vez) uma frase para conseguir arrancar-lhe à força o seu verdadeiro sentido.
Com a Teorema agora inserida num grande grupo editorial, não basta remodelar o design da capa e relançar a mesma tradução vários anos depois.
Espera-se, pelo menos, um cuidado apurado na reedição. Ou, mais ainda, espera-se uma segunda edição, acrescida de material que contextualize o livro, ou mesmo de textos complementares.
Por outro lado, isto só reforça o que escrevi no final do ano passado, que atirando às pessoas o mesmo livro, até aí ignorado, com uma (ligieramente) nova capa e elas tratam logo de o comprar...
Uma questão importante a assinalar é a falta de revisão da tradução do livro.
O texto ficou pejado de frases mal construídas e de palavras intrometidas no sentido da leitura.
Não é incomum ao longo do livro ter de quebrar o ritmo de leitura para reler (mais do que uma vez) uma frase para conseguir arrancar-lhe à força o seu verdadeiro sentido.
Com a Teorema agora inserida num grande grupo editorial, não basta remodelar o design da capa e relançar a mesma tradução vários anos depois.
Espera-se, pelo menos, um cuidado apurado na reedição. Ou, mais ainda, espera-se uma segunda edição, acrescida de material que contextualize o livro, ou mesmo de textos complementares.
Por outro lado, isto só reforça o que escrevi no final do ano passado, que atirando às pessoas o mesmo livro, até aí ignorado, com uma (ligieramente) nova capa e elas tratam logo de o comprar...
A Rapariga do Trombone (Antonio Skármeta)
Teorema
2ª edição - Setembro de 2010
312 páginas
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