A linha clara de Exit Wounds, que está depois repleta de detalhes, sublinha a importância de tudo o que é representado, tanto as personagens como o cenário de fundo.
Se a história é essencial, também o é o facto de estarmos numa Tel Aviv onde a normalidade impera pela força que os seus habitantes aplicam em ignorar a realidade de morte eminente e de guerra intermitente.
E, apesar disso, a história de um homem desaparecido inicia-se com a hipótese que terá morrido num atentado. Em vez de se julgar que partiu, que não quer mais falar com quem o procura.
O primeiro pensamento quando alguma perturbação à realidade moderada surge é de que algo terrível deve ter acontecido. Algo daquilo que a consciência imediata deixa dissimular-se como quotidiano, porque inevitável mesmo que imprevisível.
Rutu Modan transforma esse silêncio interno para com o medo permanente numa história de conexão entre pessoas que foram deixadas sozinhas e que, depois disso, se foram deixando sozinhas.
A busca por um homem, pai para Koby e amante para Numi, mas figura sempre ausente - da obra, da vida de ambos e de outras vidas que eles acabam por descobrir - é um puzzle em que se gera a descoberta entre as pessoas que se juntaram na procura.
Ter um objectivo une estas pessoas, embora o mesmo objectivo não signifique a mesma visão.
Na verdade, o objectivo que os une começa por separá-los. Ele não conhece nada do homem que é o seu pai e não lhe tem nenhum apreço. Ela, pelo contrário, admira-o e até o explica a Koby.
Tal como o homem que eles nunca encontram, também a sua história particular nunca se desvenda por completo, ficando como ideia geral, uma busca para o próprio leitor.
E, ainda como este homem, também as explosões que o podem ter vitimado não surgem. Mas até bastante perto do final ficamos com elas no subconsciente sem necessidade de as nomear uma e outra vez. Como os personagens cuja história estamos a ler.
Se a história é essencial, também o é o facto de estarmos numa Tel Aviv onde a normalidade impera pela força que os seus habitantes aplicam em ignorar a realidade de morte eminente e de guerra intermitente.
E, apesar disso, a história de um homem desaparecido inicia-se com a hipótese que terá morrido num atentado. Em vez de se julgar que partiu, que não quer mais falar com quem o procura.
O primeiro pensamento quando alguma perturbação à realidade moderada surge é de que algo terrível deve ter acontecido. Algo daquilo que a consciência imediata deixa dissimular-se como quotidiano, porque inevitável mesmo que imprevisível.
Rutu Modan transforma esse silêncio interno para com o medo permanente numa história de conexão entre pessoas que foram deixadas sozinhas e que, depois disso, se foram deixando sozinhas.
A busca por um homem, pai para Koby e amante para Numi, mas figura sempre ausente - da obra, da vida de ambos e de outras vidas que eles acabam por descobrir - é um puzzle em que se gera a descoberta entre as pessoas que se juntaram na procura.
Ter um objectivo une estas pessoas, embora o mesmo objectivo não signifique a mesma visão.
Na verdade, o objectivo que os une começa por separá-los. Ele não conhece nada do homem que é o seu pai e não lhe tem nenhum apreço. Ela, pelo contrário, admira-o e até o explica a Koby.
Tal como o homem que eles nunca encontram, também a sua história particular nunca se desvenda por completo, ficando como ideia geral, uma busca para o próprio leitor.
E, ainda como este homem, também as explosões que o podem ter vitimado não surgem. Mas até bastante perto do final ficamos com elas no subconsciente sem necessidade de as nomear uma e outra vez. Como os personagens cuja história estamos a ler.
Exit Wounds (Rutu Modan)
Drawn & Quarterly
1ª edição - Outubro de 2008
184 páginas
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