quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O herói (fora) do cinema

Este ano já tivemos oportunidade de acompanhar uma reinvenção de Robin Hood como herói superlativo da História inglesa.
Não era o herói certo porque o Robin Hood do cinema quer-se aventuroso, divertido, espirituoso. Numa palavra, colorido.
Já neste livro, o contrário resulta e a rispidez realista do Robin Hood mafioso é algo que temos verdadeira vontade de ler.
A reinvenção mais crua e até mesmo mais plausível do que foi a vida de um mito tem razão de ser.
A violência e a crueldade que conhecemos do período onde o autor inseriu o seu Robin Hood exige uma resposta igual de um personagem que tem um poder incomparável sobre um grupo que se expande - em números e em território - facilmente e que tem de dominar com a mesma dureza com que estes homens aprenderam a viver.
A história de Robin Hood é a mesma que conhecemos já, apenas contada de uma perspectiva mais severa.
E Robin Hood tem traço humanos que o tornam mais do que um mero Padrinho, mas são pormenores que o tornam mais rico como personagem e que são, afinal de contas, plausíveis.
Esta é a reinvenção do herói que funciona, porque fora do cinema este Robin Hood pode existir.


















Fora-da-lei (Angus Donald)
Objectiva
1ª edição - Abril de 2010
374 páginas

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