Pouco depois de ter conseguido o meu próprio Jonathan Franzen vinha no jornal i de 26 de Agosto um artigo sobre o autor e o seu novo livro, Freedom.
O artigo não tinha de extraordinariamente relevante para revelar mas fazia-se acompanhar de um daqueles erros monumentais que não se entendem quando se trata de uma entidade que partilha com a Literatura a riqueza da palavra impressa.
O erro, que podem verificar na imagem aqui reproduzida, é a associação do romance de Don DeLillo Underworld com o poster do filme Underworld.
Não está em causa um julgamento ao filme que, mesmo sendo extraordinário - e não é, nem anda lá perto - não tinha nada que surgir aqui.
Trata-se muito simplesmente de assinalar a displiscência com que uns trabalhadores das letras tratam os seus colegas.
Um jornal onde ninguém se dá ao trabalho de rever as páginas, um jornal onde ninguém consegue identificar este desalinho entre texto e imagem, não tem dignidade suficiente para pretender dar uma notícia imperiosa sobre grandes obras literárias.
O Google traz esta preguiça acrítica a quem com ele trabalha mas não se entende, num jornal com tão forte presença online, que ninguém seja capaz de escrever algo mais do que "underworld" no motor de busca.
O artigo não tinha de extraordinariamente relevante para revelar mas fazia-se acompanhar de um daqueles erros monumentais que não se entendem quando se trata de uma entidade que partilha com a Literatura a riqueza da palavra impressa.
O erro, que podem verificar na imagem aqui reproduzida, é a associação do romance de Don DeLillo Underworld com o poster do filme Underworld.
Não está em causa um julgamento ao filme que, mesmo sendo extraordinário - e não é, nem anda lá perto - não tinha nada que surgir aqui.
Trata-se muito simplesmente de assinalar a displiscência com que uns trabalhadores das letras tratam os seus colegas.
Um jornal onde ninguém se dá ao trabalho de rever as páginas, um jornal onde ninguém consegue identificar este desalinho entre texto e imagem, não tem dignidade suficiente para pretender dar uma notícia imperiosa sobre grandes obras literárias.
O Google traz esta preguiça acrítica a quem com ele trabalha mas não se entende, num jornal com tão forte presença online, que ninguém seja capaz de escrever algo mais do que "underworld" no motor de busca.
Dos nove romances destacados nesta caixa que acompanhava o artigo, apenas Motherless Brooklyn não foi há pouco tempo (re)editado em Portugal.
O jornal poderia ter sido inteligente ao ponto de destacar os títulos originais dos livros e através das imagens das capas remeter os leitores para as edições nacionais.
Ao invés disso cita alguns dos títulos das edições portuguesas e outros no seu original. Uma baranfunda sem critério que demonstra que a literatura é para eles mais um tema para encher páginas, como seria qualquer outra moda do momento.
Aquilo que não se pode deixar de perguntar é como é que um jornal trata assim a literatura?
Um jornal pensado para o leitor português destaca um livro do qual não há perspectivas claras sobre quando - acho que o se não se coloca em causa aqui - será traduzido por cá e não consegue pensar com a lógica suficiente para promover as edições locais dos livros que assinala.
Como se não fosse evidente que, ao promover o seu leitor para estes trabalhos, estivesse também a promover o leitor a que se dirige.
Como se não fosse evidente que uma ligação intricada seria mais benéfica para o jornal do que será para os livros já que é o jornal que todos os dias corre o risco de ser abandonado em função da quantidade de informação similar que mais e mais rapidamente surge online, até mesmo com mais espaço.
Apesar do artigo sobre o importantíssimo novo livro de Jonathan Franzen surgir neste jornal, é evidente que um livro do autor e uma edição do i estão em pólos completamente opostos do valor da palavra impressa. E, como leitor, vou optar, sem perder tempo algum, por aquele que não tem erros de palmatória!
O jornal poderia ter sido inteligente ao ponto de destacar os títulos originais dos livros e através das imagens das capas remeter os leitores para as edições nacionais.
Ao invés disso cita alguns dos títulos das edições portuguesas e outros no seu original. Uma baranfunda sem critério que demonstra que a literatura é para eles mais um tema para encher páginas, como seria qualquer outra moda do momento.
Aquilo que não se pode deixar de perguntar é como é que um jornal trata assim a literatura?
Um jornal pensado para o leitor português destaca um livro do qual não há perspectivas claras sobre quando - acho que o se não se coloca em causa aqui - será traduzido por cá e não consegue pensar com a lógica suficiente para promover as edições locais dos livros que assinala.
Como se não fosse evidente que, ao promover o seu leitor para estes trabalhos, estivesse também a promover o leitor a que se dirige.
Como se não fosse evidente que uma ligação intricada seria mais benéfica para o jornal do que será para os livros já que é o jornal que todos os dias corre o risco de ser abandonado em função da quantidade de informação similar que mais e mais rapidamente surge online, até mesmo com mais espaço.
Apesar do artigo sobre o importantíssimo novo livro de Jonathan Franzen surgir neste jornal, é evidente que um livro do autor e uma edição do i estão em pólos completamente opostos do valor da palavra impressa. E, como leitor, vou optar, sem perder tempo algum, por aquele que não tem erros de palmatória!
if you're speaking of Motherless Brooklyn by Jonathan Lethem - awesome book. loved the noir feel to it.
ResponderEliminar